segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mais um diretor que volta das cinzas...

Logo abaixo eu escrevi sobre Black Book, o filme que marca a volta de Paul Verhoeven. Agora é a vez do mestre que nos trouxe a trilogia The Godfather (cujas partes I e II estão entre as maiores obras-primas do cinema mundial), Apocalype Now ("O" filme de guerra), The Cotton Club e Tuker: the Man and His Dream. Há 10 anos ele não dirigia. Seu último filme foi The Rainmaker, de 1997, que foi bem mais ou menos, mas nada comprometedor.

Em 2007, depois desse longo jejum, Coppola voltou, dessa vez com Youth Without Youth. Esse filme está passando agora no Festival do Rio 2008 mas eu o encontrei numa locadora de filmes Região 1 e não tive dúvidas em alugá-lo. Arrependi-me amargamente... 

O filme conta a estória de um romeno de 74 anos chamado Dominic (vivido por Tim Roth), em 1938. Ele alcançou essa etapa da vida sem ninguém ao seu lado e sem completar sua obra de vida, um ambicioso livro sobre a origem da linguagem. Ele decide se matar mas, ao atravessar a rua, é eletrocutado por um raio mas não morre. Ao contrário, ele rejuvenesce para seus 40 anos, uma espécie de segunda chance para terminar o que começou. Ao mesmo tempo, ele adquire uma memória impressionante e a capacidade de aprender apenas olhando livros e mentes. Os nazistas se interessam por ele e a estória, então, se desenrola como uma espécie de thriller de espionagem mas sem o "thriller" e sem a "espionagem" e, como se isso não bastasse, tudo em câmara lenta...

Lá pelo meio do filme, depois de torturantes 60 minutos e cronologicamente pela década de 50, o filme muda completamente - mas não para melhor - quando Dominic encontra uma moça chamada Veronica (Alexandra Maria Lara) que basicamente é a reencarnação de sua amada Laura, há muito falecida. Um raio cai na cachola da mulher (êta coincidência arretada, sô...) e ela passa a falar sânscrito, depois egípcio e outras línguas perdidas... Os dois passam a viver juntos em Malta pois Dominic começa a usá-la para acabar a obra de sua vida, aquela sobre a origem da linguagem (conveniente, não?).

Uma boa forma de resumir o filme é seguinte: estava torcendo primeiro para os nazistas matarem Dominic, ou que outro raio caísse na cabeça dele e, depois, que Veronica se afogasse no Mediterrâneo. 

E o pior de tudo foi Coppola exagerar nos ângulos idiotas e completamente sem originalidade. É filmagem de cabeça para baixo, na diagonal (que nem aquele seriado do Batman dos anos 60), virada de lado completamente e outras sandices, tudo com o objetivo de passar aquela sensação de sonho versus realidade, algo que já foi explorado de forma muito mais eficiente por vários diretores, de forma quase corriqueira. 

Não me considero um cara burro e acredito que todo diretor empresta um significado a cada detalhe que põe na tela, especialmente em um filme de autor como esse. No entanto, dessa vez todo e qualquer significado passou ao largo da minha capacidade de captá-lo.

Não sei o que Coppola tinha na cabeça ao fazer esse filme. Talvez um raio tenha acertado a cabeça dele, com efeitos bem diferentes dos causados em Dominic.

Nota: 3 de 10

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