domingo, 28 de setembro de 2008

Dead or alive, you're coming with me.


Paul Verhoeven é um diretor surpreendente. Começou sua carreira internacional (fora da Holanda, onde nasceu) com o ótimo mas violento Flesh + Blood, de 1985. O filme seguinte, de 1987, pode ser considerado ainda como um dos melhores filmes de "quadrinhos" já feitos, apesar de não ter sido baseado em quadrinhos: Robocop (uma verdadeira sinfonia de violência que a MGM, infelizmente, quer refilmar). Três anos depois, em 1990, lançou Total Recall, com o Governator e Sharon Stone e foi um sucesso tremendo. Depois, 1992, aproveitando o sucesso, transformou Sharon Stone em um dos maiores símbolos sexuais do cinema moderno, com o intrigante e sensual (quase explícito) Basic Instinct. Talvez alucinado por três grandes sucessos seguidos, em 1995 lançou Showgirls, um grande fracasso de público e de crítica (merecidamente, aliás). Dois anos depois voltou à ficção científica com o filme dos baratões espaciais, Starship Troopers, que foi bem mediano. Em 2000, nos brindou com o terrivelmente ruim Hollow Man, com Kevin Bacon.

Seis longos anos de silêncio se seguiram. Talvez Verhoeven tenha tirado esse tempo para se despoluir de Hollywood.

Black Book (Zwartboek, no original) foi o resultado desse "tratamento". E Verhoeven parece ter novamente encontrado seu tino para a direção.

Ele nos apresenta uma estória de espionagem, traição e amor, passada nos últimos meses da 2ª Guerra Mundial, na Holanda, que envolve fuga de judeus, a resistência holandesa e o alto-comando nazista. É a estória de Rachel Stein (Carice van Houten), uma sobrevivente judia que se torna uma espiã da resistência holandesa infiltrada no centro de inteligência dos nazistas. O filme é cheio de reviravoltas e mantém o mistério até o final. A ambientação é perfeita e passa a sensação exata da dúvida tanto da resistência, entre salvar os holandeses ou os judeus, quanto dos nazistas, em defender o Reich em seus momentos finais ou aproveitar-se da situação para fazer uns trocados às custas das vidas de outros. 

A manipulação da imagem por Verhoeven é sensacional e suas marcas registradas continuam lá: violência às vezes ao extremo e cenas de sexo ou relacionadas ao sexo jogadas de forma bem despudorada. É o nosso velho conhecido voltando à forma, depois de fracassos retumbantes. 

Espero que seu próximo filme, Azazel, a ser lançado em 2009, confirme o ressurgimento desse grande diretor.

Nota: 8 de 10


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."