domingo, 23 de agosto de 2009

Crítica de filme: Up (Up - Altas Aventuras)


Vamos lá, na ordem de lançamento:

Toy Story - 1995
A Bug's Life - 1998
Toy Story 2 - 1999
Monsters, Inc. - 2001
Finding Nemo - 2003
The Incredibles - 2004
Cars - 2006
Ratatouille - 2007
Wall-E - 2008

Por que fiz a lista? Ora, apenas queria perguntar se algum dos filmes da Pixar podem ser classificados como inferiores a "muito bom". Eu, particularmente, acho que não. Talvez o mais fraquinho desses seja Bug's Life mas "fraquinho" para a Pixar significa melhor do que todos os demais filmes de computação gráfica de outras produtoras. Existems os desenhos animados de um lado e, de outro, no panteão da glória, os desenhos animados da Pixar.

Ano passado, com o lançamento de Wall-E, achava que a Pixar tinha ultrapassado todos os limites e feito seu melhor filme. Bom, de fato, Wall-E ERA o melhor filme da Pixar. Up, agora, é o melhor. Incrível como esses caras conseguem se superar.

No entanto, Up não é só o melhor filme da Pixar, assim como Wall-E não era só o melhor filme da Pixar. Wall-E, para mim, foi o melhor filme do ano passado, empatando com The Dark Knight. Up, até o momento, é o melhor lançamento de 2009 e disparado na frete do segundo lugar (que nem sei qual é).

Quando, há algum tempo, soube da premissa básica de Up, fiquei desconfiado: um velhinho que viajava dentro de sua casa erguida por balões de hélio. As informações eram tão poucas que não dava para ter certeza de nada, apenas que, como era um filme da Pixar, não podia ser coisa descartável.
Quando vi os trailers e mais alguns detalhes, com um cachorro falante e uma ave maluca, comecei a achar que a conta não ia "fechar". Mas, evidentemente, é Pixar e tudo da Pixar é sensacional.

Com esse raciocínio em mente, assisti hoje uma pré-estréia especial de Up dublado e em 3D. A única palavra que fica é uma interjeição: Uau!

O filme começa com Carl Fredricksen criança ainda, demonstrando o quanto ele sonha em se aventurar mundo afora. Um dia, brincando na rua, ele encontra Ellie, outra criança que sonha com aventuras e, como ele logo percebe, sua cara-metade. Dali em diante, Carl e Ellie nunca mais se separam mas, também, em razão de diversos problemas de ordem financeira, nunca conseguem seguir com as aventuras que imaginaram durante criança.

A vida de Carl com Ellie é mostrada em uma lindíssima montagem inicial que é de partir o coração. Deixa aquela lágrima pendurada nos olhos de qualquer marmanjo machão (não nos meus, claro :-). A sequência é tão sensacional que já vale o ingresso. Quando ela acaba, o filme "começa".

Carl, agora, tem 78 anos e resolve, finalmente, partir em viagem para a América do Sul, onde ele Ellie sempre quis ir. Seu meio de transporte? Sua casa com milhares de balões saindo da chaminé. Carl dá uma banana para o mundo que não mais o quer e se livra do que o prendia à cidade grande. Depois de decolar, ouve uma batida na porta. Ao abrir, descobre que o escoteiro gordinho da vizinhança (Russell) está em sua varanda. Os dois, assim, partem para uma brilhante aventura nas selvas da Venezuela (sem o Chávez, claro). Lá, encontram Dug, um cão falante e Kevin, uma ave multi-colorida. Contar mais é estragar o filme.

Cada personagem de Up é uma aula em construção de personagens. Carl e Russel são perfeitos em todos os sentidos, além de muito, mas muito engraçados. Dug, o improvável cão falante, é demais. Devem ter contratado uma equipe só para escrever as falas do cãozinho. Até o pássaro Kevin, que não fala, é de chorar de rir em sua interação com Russell. E o vilão - que não revelarei - é outro exemplo de perfeição, apesar de aparecer somente na metade final do filme.

O visual é embasbacante. Lembram das paisagens devastadas da Terra de Wall-E? Lembram do meio-oeste americano em Cars? Lembram de Paris em Ratatouille? Pois é, são meros "filmes-teste" perto da textura que a Pixar alcança em Up. Das florestas luxuriantes da Venezuela até o nó da gravata de Karl, passando pelas cores berrantes de Kevin e os olhinhos puxados de Russell, tudo é uma prova do esmero da Pixar.

Up, eu diria, é o primeiro filme da Pixar com tendências surrealistas, já que só assim para efetivamente acreditar nos eventos improváveis do filme. A própria casa que flutua com balões é um exemplo disso. Esses elementos surreias em Up é que realmente o destacam diante dos outros da Pixar. Foi uma cartada perigosa para a empresa mas que, ainda bem, rendeu muito bons frutos.

O uso do 3D pela Pixar é apenas incidental, sem grande importância para a trama. Com isso, quero, na verdade, elogiar a Pixar que não fez piadas de cuspes e vômitos para a tela, apenas para dar sustos baratos na platéia. Todo o 3D é discreto, aqui e ali e cria um envolvimento impressionante com o telespectador. Quero ver Avatar de James Cameron ser melhor do que isso no uso dessa tecnologia!

Só um comentário final: Chico Anysio dubla o personagem de Carl. É um trabalho irretocável, uma escolha perfeita e, assim como o filme, emocionante (pelo menos para nós, brasileiros).

Nota: 10 de 10 (perfeito!)

2 comentários:

  1. Realmente é um filme lindo, cativante e sensacional.

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  2. So consegui ver o filme ontem.
    è tudo lindo
    Fez-me chorar
    Fez-me rir
    E deu-me aquela adrenalina do suspense
    Foi tudo magnifico
    Amei

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."