segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A saga do Cabeça de Balde

Não, não vou escrever sobre o Buckethead, guitarrista maluco que toca com um balde da KFC na cabeça. Quero falar sobre o Cabeça de Balde original, o Nova.

Quando era criança, li muito as estórias desse herói e achava muito bacana. Saudosista, resolvi caçar as revistas originais em sebos virtuais e acabei achando a coleção completa, composta apenas por 25 números.

Publicada entre 1976 e 1979, Nova foi uma tentativa da Marvel de introduzir um novo herói na linha do Homem-Aranha. A capa do primeiro número da revista não escondia esse fato, como vocês podem ver acima: "In the marvelous tradition of Spider Man!".

Mas Nova não era uma imitação de Homem-Aranha. A única coisa parecida era o fato de Nova ter como alter ego o adolescente Richard Ryder, estudante problemático tanto em sua vida na escola quanto em sua vida particular. Tirando isso, Nova tem uma origem mais parecida com a do Lanterna Verde, da concorrente DC. Vejamos: um extra-terrestre, depois de combater um monstro que dizimou seu planeta, chega próximo do planeta Terra com sua nave. Sabendo que vai morrer em vista dos ferimentos, ele transfere seus poderes aleatoreamente ao primeiro terráqueo que aparece, logicamente um americano. Com isso, Richard Ryder se transforma em Nova, um homem com poderes de vôo como um foguete, super-força, uma roupa que o protege das intempéries e, principalmente, um capacete amarelo que parece um balde.

É uma estorinha de origem tão vagabunda quanto outras de heróis semelhantes. É um adolescente picado por uma aranha radioativa, quatro amigos que, em vôo espacial são bombardeados por raios cósmicos, reagentes químicos que se misturam e coisas do gênero. Nada original, nada novo.

Nova, porém, era uma das esperanças da Marvel na turbulenta década de 70, que quase a levou à falência. As estórias apresentadas nos 25 números da finada série era bobinhas bobinhas mas tudo dentro do espírito da época. Lê-las hoje traz risos pela infantilidade e pouca complexidade. No entanto, isso também pode ser visto por um lado positivo: os quadrinhos, hoje, depois de obras seminais como Watchmen e The Dark Knight Returns, são extremamente sérios, além de necessitarem de um P.h.D. em história dos personagens (vide o estado lamentável de séries como X-Men hoje em dia, em que os personagens têm 40 anos de estórias nas costas, que precisam ser compreendidos e lembrados). Nova era um novo começo mas que, pelas poucas vendas, durou bem pouco. Sua estória nem acabou na verdade e foram necessários alguns números em séries contemporâneas como Fantastic Four e Rom para que a Marvel contasse tudo o que aconteceu com Nova ao final de sua série regular. Hoje, aparentemente, o personagem voltou com tudo mas, certamente, sem a inocência e a simplicidade dessa tiragem inicial.

Nota: 6 de 10

Um comentário:

  1. Gostei do teu site e da tua maneira de escrever, mesmo sem o ter lido por completo.
    Vou adicionar nas recomendações do blog onde escrevo.
    Fica bem e Parabéns! Ganahas-te um fã. p.s.
    O Nova era mesmo demais, ainda me lembro de ver as suas aventuras nas revistas importads do Brasil.

    Faz uma visita
    http://retrocritica.wordpress.com/
    http://cantinhodoscinefilos.blogspot.com/

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."