quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crítica de filme: The Brothers Bloom (Os Vigaristas)

Continuando o Festival do Rio, tive a oportunidade de assistir The Brothers Bloom, filme de 2008 dirigido por Rian Johnson e estrelando Adrien Brody e Mark Ruffalo como os irmãos Bloom e Stephen (sim, um é chamado apenas pelo sobrenome e vocês verão o porquê) e Rachel Weisz como Penelope Stamp. Rian Johnson tem curtíssima carreira no cinema com apenas Brick em seu currículo. Não vi esse seu primeiro longa mas sempre tive muita vontade de ver pelo que li sobre o filme.

Assim, em vista do elenco e de um diretor quase estreante com um filme que gostaria de ter visto (e ainda verei), escolhi The Brothers Bloom para assistir, sem esperar muito do filme. Trata-se da estória, como diz o título em português, de dois vigaristas que vivem de dar golpes em ricaços. No entanto, o que os diferencia é que Stephen elabora planos como se fossem escritas "como os russos escreviam romances: com arcos temáticos e infusão de simbolismo". De fato, cada golpe é intrincado, melodramático e sempre com a intenção de deixar todos os envolvidos contentes, "pois esse é o melhor golpe". Bloom, irmão de Stephen, é o personagem chave de cada golpe. A cada inspiração, Stephen altera a personalidade de Bloom, de forma a moldá-la ao que é necessário para o sucesso do golpe. Isso torna Bloom um personagem miserável, sem personalidade, que tem apenas um desejo: "viver uma vida não roteirizada". Daí o porquê dele ser chamado apenas pelo sobrenome já que é o primeiro nome que dá a característica específica da pessoa, não o nome de família, que o torna um no meio de vários.

É evidente que Stephen atrai Bloom para um "último golpe" e, nesse momento, Bloom encontra o que parece ser sua cara metade. Ou será que não? Revelar alguma coisa é estragar o prazer de ver esse filme que, em sua primeira metade, começando com os irmãos Bloom descobrindo suas habilidades ainda crianças e se estendendo até o golpe na República Tcheca, é um enorme deleite. Rian Johnson usa de personagens extremamente caricatos como o próprio Stephen, sempre bonachão e adorador do irmão, apesar de sempre usá-lo (no bom sentido - ou não?). É um tal de tapa olhos para cá, capas para lá, personagens sinistros para o outro lado e, claro, como poderia esquecer, Bang Bang.

Bang Bang (Rinko Kikuchi) é a capanga oriental muda de Stephen e muitas das melhores cenas é com ela. Para lá de estranha, Bang Bang é o alívio cômico para um filme que não precisa de alívio cômico, pelo menos não na primeira metade. Mas quem rouba a cena mesmo é Penelope Stamp, o personagem de Rachel Weisz. Ela é quaquilhonária como diria o Tio Patinhas e passou metade da vida presa dentro de casa em um bolha protetora criada por seus pais. Ao encontrar Bloom, o clique é imediato e os dois se conectam. Ah, esqueci de avisar que Penelope é o alvo do último golpe dos irmãos. No entanto, precisando de aventuras em sua vida, Penelope cai fácil em qualquer chamariz e faz as vezes da inocente safada, com todo aquele jeitinho que só a Rachel Weisz consegue fazer.

No lado do elenco masculinho, Brody e Ruffalo estão perfeitos. O primeiro realmente parece ser uma pessoa amorfa, sem personalidade. O segundo é cheio de vida e sempre manipulador, mesmo quando não está falando nada. Rian Johnson encontrou uma dupla improvável com enorme química.

Vocês notarão que fiquei falando da "primeira metade" do filme. Pois é. Infelizmente, Rian Johnson, quase consegue estragar uma boa experiência com infindáveis repetições das mesmas situações, tornando o filme bastante comprido apesar de ter somente 113 minutos. Esse defeito não chega a ser grave ao ponto de arruinar o filme mas pesou muito em minha capacidade de efetivamente apreciá-lo em todo seu potencial. Johnson teria feito melhor se tivesse reduzido a quantidade de golpes e de reviravoltas e se concentrado na leveza que reina na primeira parte de sua obra. Mas há enorme potencial nesse diretor pois são poucos os diretores que se arriscam a fazer filmes que, por si só, negam sua existência já que há anacronismos presentes por toda a estória que passam a impressão que Johnson, na verdade, está pregando uma peça em nós, espectadores. É ver para entender.

Um alerta para os amantes de automóvel fracos dos coração. Há muito crueldade perpetrada contra Lamborghinis amarelos durante o filme. Preparem os lenços de papel e protestem perante a Sociedade Protetora dos Carros Milionários...

Nota: 7 de 10

4 comentários:

  1. Muito bom, filme inteligente e rápido. Rachel,Mark e Adrien estão geniais e marcantes.
    E Bang Bang faz as situações de humor muitas vezes negro. Excelente pedida.

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  2. Acabei de assistir o filme, vou te falar que me confundi um pouco, e tambem achei meio repetitivo depois da primeira parte, amei a atuação dos atores, principalmente a do Mark, dei boas risadas e achei um humor bem inteligente e sutil. Não esperava muito, mas me surpreendeu, principalmente o final de cada golpe, fiquei com o coração na mão em certas cenas. Bom filme.

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  3. Acabei de assistir o filme, vou te falar que me confundi um pouco, e tambem achei meio repetitivo depois da primeira parte, amei a atuação dos atores, principalmente a do Mark, dei boas risadas e achei um humor bem inteligente e sutil. Não esperava muito, mas me surpreendeu, principalmente o final de cada golpe, fiquei com o coração na mão em certas cenas. Bom filme.

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  4. Acabei de assistir o filme, vou te falar que me confundi um pouco, e tambem achei meio repetitivo depois da primeira parte, amei a atuação dos atores, principalmente a do Mark, dei boas risadas e achei um humor bem inteligente e sutil. Não esperava muito, mas me surpreendeu, principalmente o final de cada golpe, fiquei com o coração na mão em certas cenas. Bom filme.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."