quarta-feira, 29 de julho de 2009

Club du Film - Ano IV - Semana 18: Beat the Devil (O Diabo Riu Por Último)


Há pouco mais de três anos e meio, no dia 28 de dezembro de 2005, eu e alguns amigos decidimos assistir, semanalmente, grandes clássicos do cinema mundial. Esse encontro ficou jocosamente conhecido como Club du Film. Como guia, buscamos o livro The Great Movies do famoso crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, editado em 2003. Começamos com Raging Bull e acabamos de assistir a todos os filmes listados no livro (uns 117 no total) no dia 18.12.2008. Em 29.12.2008, iniciamos a lista contida no livro The Great Movies II do mesmo autor, editado em 2006. São, novamente, mais 100 filmes. Dessa vez, porém, tentarei fazer um post para cada filme que assistirmos, com meus comentários e notas de cada membro do grupo (com pseudônimos, claro).

Filme: Beat the Devil (O Diabo Riu Por Último)

Diretor: John Huston

Ano de lançamento: 1953

Data em que assistimos: 16.06.2009

Crítica: Beat the Devil é um filme enigmático. Não sabia o que esperar dele. Um drama? Um policial? Uma comédia?

Ele começa com a prisão de quatro pessoas que, de acordo com a narração de Billy Dannreuther (o inconfúndivel Humphrey Bogart), são bandidos muito inteligentes que foram pegos no desenrolar de um golpe. Em seguida, partimos para um flashback, em que somos jogados numa cidade portuária italiana. Billy lá vive com sua mulher (ou companheira, não sei bem) Maria (Gina Lollobrigida, no seu primeiro papel em inglês). Os dois fazem amizade com um casal que parece ser da aristocracia inglesa, Harry e Gwendolen Chelm (Edward Underdown e Jennifer Jones).

Fica logo claro que Billy e Maria querem extrair algum tipo de informação de Harry e Gwendolen. Ou será que não fica? A partir desse momento, o filme parece se tornar uma comédia, com os quatro bandidos mencionados no começo tentando descobrir o que Billy está tentando descobrir. A única coisa que fica clara é que tem alguma coisa a ver com urânio na África (!!!).

Acabamos descobrindo que todos os personagens estão esperando o conserto de um navio para que possam ir para o Continente Negro. Descobrimos, também, que, apesar da pose, Billy não é rico e que Harry não é aristocrata. Gwendolen cada hora diz uma coisa e nunca sabemos o que é verdade e o que é mentira. O filme começa a virar pastiche, mas nunca um pastiche totalmente pastiche, de forma que não é exatamente engraçado. É, na verdade, estranho.

Segue-se uma viagem de navio, um naufrágio, a captura dos náufragos por beduínos na África e aí voltamos para o começo. Nesse meio tempo, Gwendolen parece se apaixonar por Billy sem seu marido perceber ou ligar e Maria parece se apaixonar por Harry sem seu marido/companheiro perceber. Nessa hora, o filme descamba para o nonsense completo.

Não sei o que deu em John Huston para filmar esse filme. Não é de todo ruim. Tem cenas interessantes e os quatro bandidos são decididamente muito engraçados, especialmente O'Hara, vivido pelo naturalmente cômico Peter Lorre. Mas é só isso. Muita confusão, uma tentativa de ser algo que não é (ou não, posso estar enganado) e muita canastrice de Bogart (não dá, não consigo achar ele um bom ator pois seus papéis, seja em Sierra Madre, seja em Casablanca, seja em The Maltese Falcon, são sempre iguais, por mais diferentes que sejam).

Talvez o filme seja um reflexo da excentricidade de seu roteirista, o autor Truman Capote. Ou talvez não, nunca vou saber.

Notas:

Minha: 6 de 10
Barada: 6,5 de 10
Nikto: 7 de 10

Um comentário:

  1. Ouví falar tanto desse filme que achei que deveria ser ótimo. Puro engano. Achei-o chatérrimo. Sem pé nem cabeça. Talvez, para a época em que foi feito, tenha sido um sucesso. Mas,para os dias de hoje, só serve como curiosidade! Minha nota: 3 de 10 (e olhe lá!)

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."