domingo, 3 de maio de 2009

Crítica de filme: The Spirit

Alguém, por favor, casse a licença de direção cinematográfica de Frank Miller e coloque-o novamente onde ele nunca deveria ter saído: da frente de uma prancheta de desenhos, fazendo o que ele sabe fazer, ou seja, quadrinhos (todos excelentes, com exceção, claro, de The Dark Knight Strikes Again).

O cara se entusiasmou quando "co-dirigiu" (e as aspas aqui devem ser interpretadas literalmente pois ele não co-dirigiu porcaria nenhuma) Sin City com Robert Rodriguez e resolveu partir para carreira solo. No entanto, não consigo entender como algum figurão de Hollywood, depois de ler o roteiro para uma pérola como The Spirit, fecha o livro e diz: "Ok, vamos financiar pois será um grande filme e ganharemos dinheiro!". Um imbecil como esse, que autoriza The Spirit, é tão culpado quanto Frank Miller, que escreveu o roteiro e dirigiu o filme.

Sobre o filme em si, para quem mora numa caverna, ele é baseado nos clássicos quadrinhos do mestre Will Eisner de mesmo nome, sobre um policial que morreu e reviveu como The Spirit, protetor de Central City. O herói de Eisner, porém, não tem muito mais a ver com o de Frank Miller, que conseguiu, além de tudo, deturpar completamente a criação de Eisner, que deve estar se contorcendo no túmulo.

O filme tem o lindo visual de Sin City (Frank Miller basicamente copiou o que viu quando ficou que nem papagaio de pirata durante a direção de Rodriguez) com o ridículo roteiro de um daqueles episódios de Batman, com Adam West. Só faltaram as onomatopéias "PAM!", "SOCK!", "WHAM!". Seria engraçado se o filme não se levasse à sério. Seria passável se Frank Miller não estivesse REALMENTE tentando fazer um filme com substância. 

Os diálogos são patéticos, piores até que em Star Wars: Episode I; as atuações ou são tão expressivas quanto as estátuas Moai da Ilha de Páscoa ou tão cartunescas quanto as do Coringa de Cesar Romero na série de Batman dos anos 60. O roteiro é inexistente e completamente sem sentido e absolutamente infantil, apesar das muitas mortes e cenas embaraçosamente grotescas. Nem as belíssimas mulheres presentes no filme (Scarlett Johansson, Eva Mendes, Jaime King e Sarah Paulson) nem o vilão Octopus, vivido por Samuel L. Jackson, servem para amenizar o horror que é esse filme.  

O filme, na verdade, é uma grande sacanagem com a criação de Will Eisner e uma brincadeira de mau gosto com a indústria cinematográfica como um todo. Depois reclamam que cada vez menos pessoas vão ao cinema ou alugam DVDs... O único consolo que existe é que, para cada lixo como The Spirit, temos algo excelente como The Dark Knight ou Iron Man, isso só para ficar nas adaptações de quadrinhos.

Nota: 0 de 10 (tão ruim quanto Battlefield Earth, o pior filme da história para mim até hoje)

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