quinta-feira, 7 de maio de 2009

Crítica de filme: In Bruges (Na Mira do Chefe)

Não se deixem enganar pelo título em português. In Bruges (Na Mira do Chefe) é uma comédia de humor negro, não uma comediazinha rasgada que o título dá a entender. Vale muito a pena assistir essa pequena pérola do humor britânico estrelando Colin Farrell , Brendan Gleeson e Ralph Fiennes.

Farrell (no seu melhor papel) e Gleeson (sempre ótimo) são Ray e Ken, uma dupla de assassinos de aluguel, a serviço de Harry Waters (Ralph Fiennes). Depois de um trabalho que acaba mal na Inglaterra, Ray e Ken têm que correr para Bruges, na Bélgica, para se esconder, por instruções de Harry. Lá, Ken, assassino mais experiente, passa a viver uma vida de turista, apreciando os museus e atrações locais. Isso para o desespero de Ray, claro, um assassino novato que fez besteira em seu primeiro "serviço". Para Ray, Bruges é um "shit hole" e ele fica mal humorado o tempo todo quando é forçado por Ken a visitar os pontos turísticos.

Só esse choque de personalidades e de atitudes já vale o filme. No entanto, o roteirista e diretor Martin McDonagh (um dramaturgo conhecido) faz com que Ray e Ken entrem em sérios conflitos, o que culmina com um vingativo Harry vindo à Bruges para uma prestação de contas.

Apesar dos vários deliciosos momentos de humor negro, a começar pela cara de emburrado de Ray diante da cidade de Bruges, continuando com seu encontro com uma garota com uma atividade suspeita que encontra num set de filmagens de um filme cabeça, culminando com Ray e Ken em um quarto com duas prostitutas holandesas e mais um anão americano, todos cheirando cocaína, até o final quase em estilo faroeste, In Bruges é um filme violento, em que cabeças são arrancadas e o sangue transborda. Mas tudo com muita fleuma britância.

A química entre Collins e Gleeson é perfeita e a entrada de Fiennes, já em momento adiantado do filme, só melhora a situação.  A cidade também é um personagem importante, fortemente presente em todas as situações.

Finalmente, os diálogos são um caso à parte de tanta perfeição. Vejam um exemplo, no momento em que Ken quer subir numa torre medieval para ver a cidade: 

Ken: Coming up? 
Ray: What's up there? 
Ken: The view. 
Ray: The view of what? The view of down here? I can see that down here. 
Ken: Ray, you are about the worst tourist in the whole world. 
Ray: Ken, I grew up in Dublin. I love Dublin. If I grew up on a farm, and was retarded, Bruges might impress me but I didn't, so it doesn't. 


Sensacional, não?

Nota: 8,5 de 10

Um comentário:

  1. Filme legal mesmo, aquela conversa, dentro do quarto de hotel, com o anão viajando em uma guerra entre brancos e negros, anões brancos contra anões negros, também é demais.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."