segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Crítica de filme: Battle for the Planet of the Apes - 1973 (A Batalha do Planeta dos Macacos - 1973) - Parte 5

Depois de ver com olhar de Metido a Crítico A Conquista do Planeta dos Macacos, filme que poderia ter sido realmente muito bom - mesmo com o baixíssimo orçamento - se os roteiristas não tivessem sido preguiçosos, eu não esperaria nada mais da parte final dos filmes clássicos que não uma mixórdia total. Mas, por incrível que pareça, apesar da mixórdia estar presente e de maneira gritante, os produtores conseguiram manter um certo equilíbrio e fechar a "pentalogia dos macacos" de maneira minimamente razoável com A Batalha do Planeta dos Macacos.


Haverá inevitáveis SPOILERS dos filmes anteriores em seguida.

O filme começa 10 anos depois dos acontecimentos de "Conquest" e mostra César (Roddy McDowall), filho de Cornelius e Zira, como líder de uma aldeia em que um frágil equilíbrio entre macacos e homens existe. Ele está casado (ou seja lá o que macacos fazem nessa área) com Lisa (Natalie Trundy), a macaca que fala no filme anterior e com ela tem um filho, Cornelius. O gorila General Aldo (Claude Akins) não está muito satisfeito com a benevolência de César com os humanos e planeja um golpe de estado. Mas a confusão começa de verdade quando César é informado pelo humano MacDonald (Austin Stoker, mas vivido por outro ator no filme anterior) que há informações sobre os pais de César na Cidade Proibida (ruínas nucleares de uma cidade humana). César e um grupo próximo de aliados viaja para a cidade para recuperar essas informações e bate de frente com o Governador Kolp (Severn Darden), da Cidade Proibida, um humano mutante afetado pela radiação (semelhante aos humanos de "Beneath"). Por outro lado, o General Aldo vê isso como uma perfeita oportunidade para precipitar seu golpe militar.

Um dos problemas desse filme é que, obviamente, ele parte do final "feliz" de "Conquest" e não do tenebroso. Assim, a convivência entre humanos e macacos, que começou com uma guerra, agora fica parecendo a tranquilidade da aldeia dos Smurfs. Além disso, o roteiro exige que nós aceitemos que, em 10 anos, diversos outros símios, de várias espécies e nenhum deles descendentes de César, aprenderam a falar (e, ainda por cima, fluentemente) e aprenderam a costurar roupas, construir casas e a viver em sociedade de maneira muito semelhante (até demais) aos humanos. Eu aceitaria que tudo isso acontecesse ao longo de séculos (na verdade milênios) mas em 10 anos é um pouquinho demais. E, como se isso não bastasse, temos que acreditar também que, por alguma razão qualquer, houve uma guerra nuclear nesse meio tempo e que ela não atingiu os macacos e fez o homem reverter a um estágio quase Neanderthal. Daí eu ter mencionado que a preguiça do roteiro de "Conquest" ganhou novos contornos em "Battle".

Mas há um lado bom também. Para começar, "Battle" é um filme encapsulado em uma aula do Lawgiver, 600 anos no futuro. Ou seja, o filme começa como uma narração do Lawgiver, um orangotango vivido por John Huston, e termina ali também, revelando um final que definitivamente não é surpreendente mas que demonstra um mínimo de competência cinematográfica. Aliás, essa escolha permite até - com benevolência - que relevemos completamente as incongruências do roteiro pois, se o Lawgiver está contando uma história de 600 anos, ele está quase que contando uma lenda, em que os detalhes se perderam ou não são tão importantes.

Outro aspecto que vale em "Battle" é o tratamento da relação chave entre César, Aldo e Cornelius. O diretor J. Lee Thompson, responsável pelo filme anterior, e o roteirista Paul Dehn (responsável por todos menos o primeiro da série, que ficou a cargo do brilhante Rod Serling) não escolheram o caminho mais fácil. Foram até as últimas consequências para mostrar um final minimamente competente para uma série que poderia ter acabado no terceiro episódio.

Meus comentários sobre a mitologia dos macacos ainda não acabaram. Em breve teremos mais!

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office MojoFilmow.

Nota: 6 de 10

7 comentários:

  1. Excelente sua visão de perspectiva lendária da história, bem sacal e salva a história. O battle foi o quarto pior filme para mim, mas sua crítica dele foi a melhor das cinco.. rsrsrsr

    Valeu mesmo ter lido

    Grande abraço

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  2. Hugo:

    Gosto muito desse mecanismo de "enquadramento" de filmes e não podia deixar de comentar seu uso em Battle.

    Que bom que você gostou mais dessa crítica. Tive receio de já estar cansado por ter escrito as outras.

    Abraço e volte sempre!

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  3. terminei hoje de ver os cinco filmes antigos... e minha opinião é praticamente a mesma que a sua. O original, um clássico, genial, pra mim é até nota 10.
    o De volta, realmente é fraquissimo, deu muita raiva de ver.
    Já o terceiro, quarto e quinto, não chegam perto do primeiro, mas conseguiram me distrair muito bem, e veria eles de novo com prazer.
    Só ainda tenho dúvidas se preferi o quarto ou o quinto.

    Obrigado por ter feito todas essas críticas, de verdade.

    Parabéns pelo seu blog

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  4. Pow esse é um dos filmes que mais gosto,agora no filme não fala que foram 10 anos depois,pelo que entendi foram 25 anos e 12 anos de ´paz entre os macacos.

    Gostei bastante.

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    1. O filme diverte, não muito mais do que isso. Se são 10 ou 25 anos, na verdade pouco importa. Os acontecimentos que vemos no filme não poderiam acontecer "evolutivamente" em meros 25 anos. Ou mesmo em 100 anos...

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."