terça-feira, 7 de junho de 2011

Crítica de filme: Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides (Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas)

O personagem Jack Sparrow, brilhantemente criado por Johnny Depp, cansou e deveria ser aposentado. No entanto, considerando-se a bilheteria até hoje arrecadada pela quarta aventura do estranho pirata (quase 800 milhões de dólares mundialmente em menos de um mês), isso não acontecerá tão cedo. O público manda mesmo quando o público está agindo no “automático”, indo ao cinema só porque lá atrás, quando do lançamento do primeiro Piratas do Caribe, gostou do que viu.

O primeiro Piratas, de fato, foi uma divertida aventura, algo bem acima da média considerando-se que foi um filme baseado em um clássico brinquedo dos parques da Disney. A segunda e terceira aventuras, no entanto, perderam em qualidade, especialmente a terceira que apostou fortemente no sobrenatural, nos efeitos especiais e em uma quantidade exagerada de personagens. Talvez seja a maldição da segunda seqüência, não sei, mas o certo é que a franquia Piratas do Caribe perdeu vertiginosamente a qualidade.

O novo filme, que coloca Jack Sparrow competindo com a armada espanhola, Barbossa (Geoffrey Rush), Barba Negra (Ian McShane) e Angelica (Penélope Cruz) pela Fonte da Juventude, é interminável, arrastado, chato, incompreensível, bobo e mal acabado. Nunca vi um filme que pareceu tão longo no cinema. Apesar de seus já longos 136 minutos, pareceu que eu estava no cinema há 5 horas. 

Tudo começa em Londres, com Jack armando uma fuga pela cidade. Esse momento,  que poderia ter sido uma boa abertura para o filme, foi tratado de forma tão burocrática pelo diretor Rob Marshall (substituindo Gore Verbinsky que dirigiu os outros três filmes) que não empolga em momento algum. A única coisa que consegue é dar o tom – monótono, infelizmente – do que viria pela frente.

Dali, depois de mais algumas confusões e sem nenhum explicação minimamente convincente, Jack parte para a tal busca da Fonte da Juventude à bordo do navio de Barba Negra, sendo perseguido por Barbossa e pela armada espanhola. O roteiro, porém, não consegue ultrapassar o básico: os personagens têm que achar pistas e artefatos para avançar para a próxima “fase”. E faz isso de maneira preguiçosa e cansativa, com diálogos pouco inspirados a tal ponto que transforma Jack Sparrow em um personagem enfadonho. Johnny Depp é um grande ator, mas ele não faz milagres com roteiros rasteiros.

Nem mesmo a adição dos ótimos Ian McShane e Penélope Cruz ao elenco ajuda. Ian McShane diverte quando aparece na tela, mas isso acontece poucas vezes e Penélope Cruz foi completamente desperdiçada na trama, como se sua contratação tivesse sido uma idéia de último segundo.

Substituindo o casal romântico dos outros filmes – que era o grande ponto fraco das outras tramas, aliás – os roteiristas sentiram a necessidade de criar outro, dessa vez um missionário e uma sereia. Nada mais inútil para a trama.

Esse foi meu último filme da série. Não caio mais nessa armadilha. Espero que os fãs se divirtam com os próximos episódios, já que a quantidade de pontas soltas no final do quarto filme certamente significa que uma nova trilogia está nos planos.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 1 de 10

Um comentário:

  1. Também acho que já deu o que tinha que dar!Um filme ótimo que estava bom demais sendo um só, como “A origem"

    ResponderExcluir

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."