domingo, 29 de maio de 2011

Crítica de filme: The Hangover Part II (Se Beber, Não Case! Parte 2)

Eu me escangalhei de rir com o primeiro Hangover. Com o sucesso (custou 35 milhões e fez quase 470 milhões de dólares mundialmente), uma continuação era mais do que esperada. Desnecessária, com certeza, mas mesmo assim esperada. No entanto, apesar de os trailers já terem dado todas as indicações, não esperava que Todd Philips, o direitor dos dois filmes, fosse jogar de maneira tão simplória, basicamente refilmando o primeiro filme.


Hangover 2 mostra tudo o que está errado com Hollywood mas que, infelizmente, tendo em vista o sucesso que teve nesse fim de semana de estréia, esse quadro não mudará. Nós, o público, emburrecemos completamente e não exigimos mais nada dessas produções, só mais do mesmo e, de preferência, de maneira bem didática e extremamente grosseira.

O primeiro Hangover mostrava as aventuras de quatro amigos que, em uma despedida de solteiro em Las Vegas, acordam em um quarto de hotel sem a menor lembrança do dia anterior e sem o noivo. O segundo filme parte exatamente da mesma premissa mas, no lugar de Las Vegas, temos Bangkok, na Tailândia. E não é só a mesma premissa: a estória se desenrola exatamente igual (sim, EXATAMENTE) a anterior, tornando o que antes era imprevisível e engraçado em preguiçoso e completamente sem graça, exatamente porque sabemos cada detalhe do que acontecerá imediatamente em seguida. As risadas que ouvi no cinema - foram muitas, é verdade - soaram-me como risadas forçadas de um lado e idiotizadas do outro, tudo pelo tal público que não mais exige coisa alguma de um filme que não seja piadas apelativas e tramas que seguem uma cartilha qualquer.

E olha que eu gosto de comédias escrachadas mas tudo tem um limite. Se eu quisesse ver a genitália de um transexual, acho que o lugar apropriado seria em algum filme da série Jackass ou que tivesse como protagonista Sacha Baron Cohen. Mas não em uma comédia dessas, por mais pesada que ela seja. Sobre a genitália do transexual, temos toda a situação descrita para nós pelos personagens, quando descobrimos o que Stu (Ed Helms) fez na noite anterior. Ok, bacana e até engraçado. Mas aí, Todd Philips sentiu a necessidade de mostrar em detalhes tudo que acabamos de ouvir e toma de gargalhadas ainda maiores do público do cinema.

E a coisa continua na mesma linha. Temos um engraçado macaco que tem hábitos para lá de estranhos e o diretor faz questão absoluta de nos lembrar deles a cada segundo que o bicho está em cena. Se pelo menos a trama fosse minimamente diferente, eu poderia dizer que vi algo mediano na tela. Mas até mesmo os atores (Bradley Cooper, Zack Galifiniakis e o já citado Ed Helms) parecem sem paciência para o filme, com atuações muito mornas. Ken Jeong, o Mr. Chow do primeiro filme que aqui tem uma participação forçada ainda maior, é o melhor do filme mas sua atuação histriônica cansa nos primeiros cinco minutos. É bem verdade que há algumas piadas razoavelmente boas - são aquelas que não são meras repetições das piadas do primeiro filme - mas elas são raras e, em sua maioria, já mostrada nos trailers.

A única coisa realmente memorável desse filme é a abertura com música de Danzig. O resto é café requentado.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 3 de 10

4 comentários:

  1. Era de se esperar que o filme não iria se sair bem com a crítica. O primeiro fez sucesso graças ao uso inteligente do humor escrachado e politicamente incorreto, então, numa continuação assim era de esperar que caisse no exagero.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. É por conta desse valor de faturamento que você mencionou.
    Que eles continuam fazendo filmes trash. Tem muuuiiiitos que consomem.
    Esse tipo de filme.
    Daí perdemos para o capital, o interesse de produzir, algo mais elaborado, mais divertido.
    Obrigada por permitir o comentário.
    Orquidea.

    ResponderExcluir
  3. É, meu caro Anônimo, você tem razão. Mas não podemos perder de vista que o capital obtido com filmes trash também fazem a roda de produção de filmes de arte funcionar. Assim, ainda que tenhamos que aturar coisas como esse filme, no final das contas até vale a pena...

    ResponderExcluir
  4. A segunda parte não é melhor do que o original de Hangover, mas é definitivamente uma boa comédia, eu acho que o nível de piadas e situações cômicas ainda são mantidos muito bem.

    ResponderExcluir

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."