terça-feira, 3 de maio de 2011

Crítica de filme: Fast Five (Velozes e Furiosos 5: Operação Rio)

Antes de mais nada, suponho que, se você está lendo essa crítica, é porque tem interesse na bem-sucedida franquia Velozes e Furiosos iniciada pela Universal em 2001. Já faço essa ressalva pois, depois, não quero ouvir aquela ladainha que o filme é sem sentido, que o roteiro não presta, que as atuações são horríveis e que o filme não é edificante. Vejam bem: é um filme sobre corridas de carros e pancadarias ininterruptas. Foi assim desde o começo e continuará sendo. Quem não gostou do primeiro, deveria ter parado no primeiro.

Ainda estão por aqui? Ótimo, então vamos lá!


Eu, particularmente, gostei muito do primeiro, me diverti com o segundo e o terceiro e gostei do quarto (que, finalmente, trouxe de volta o elenco original) mas nada me preparava para a adrenalina da quinta encarnação dessa série. Normalmente, continuações são piores que os filmes originais, com aquelas já conhecidas raras exceções que só confirmam a regra. No entanto, jamais esperaria que uma quarta continuação conseguisse superar o original mas é isso o que acontece com Velozes e Furiosos 5: Operação Rio. É o melhor da franquia até aqui, mesmo se comparado com o original.

Trata-se de um filme superlativo, com mais e melhores carros (reparem no tamanho do tanque de guerra da equipe de "The Rock"), mais e melhores explosões, mais e melhores perseguições e com um detalhe no topo disso tudo: é, ainda, um "filme de assalto". Em outras palavras, juntaram dois dos sub-gêneros de filmes de ação mais bacanas por aí.

E, claro, trouxeram de volta Vin Diesel (Dominic Toretto), Paul Walker (Brian O'Conner) e Jordana Brewster (Mia). No entanto, como esse é um filme do "mais e melhor", a Universal não se fez de rogada e trouxe também o elenco dos outros filmes: Matt Schulze, no papel de Vince, do primeiro filme; Tyrese Gibson e Ludacris, nos papéis de Roman e Tej, do segundo filme; Sung Kang, no papel de Han, do terceiro filme e Gal Gadot no papel de Gisele, do quarto filme. Mas o "mais e melhor" não parou por aí e incluíram, pela primeira vez, Dwayne "The Rock" Johnson no papel de Hobbs, um agente do FBI durão (claro, não poderia ser diferente) que vem caçar Dominic e Brian no Rio de Janeiro, onde eles estão escondidos. Só a perspectiva de uma pancadaria entre Dominic e Hobbs já vale o ingresso desse filme.

A trama é simples e cheia de buracos mas ela, na verdade, pouco importa pois é só uma desculpa para corridas, destruição e mais corridas. Dominic e sua equipe acabam sendo enganados em um "último" trabalho e se metem com Reyes (o português Joaquim de Almeida) que é o chefão do submundo no Rio de Janeiro. Obviamente, Dominic e Brian não deixam barato, juntam a equipe toda acima e saem na pancadaria com Reyes, machucando-o onde mais dói: no bolso. Daí a desculpa para fazer um "filme de assalto" no meio do "filme de corrida".

No meio disso tudo, Hobbs chega para prender a dupla e tudo se mistura. O final é daqueles que doem de tão óbvios mas, novamente, não vi o filme pela trama. O fato é que todas as perseguições, feitas com um mínimo de computação gráfica - o que, por si só, já é um grande mérito - funcionam perfeitamente. Temos o fantástico roubo inicial no trem (quem dera que o Rio de Janeiro tivesse um trem daqueles...), os rachas nas ruas, os tiroteios nas favelas, as perseguições à pé e o inacreditável final com Dom e Brian rebocando um gigantesco cofre com dois carros turbinados em plenas ruas da cidade. São poucos os filmes com tamanha quantidade de destruição por quilômetro quadrado. E tudo muito bem feito e bem bolado, ainda que mentiroso ao extremo. Mas esse tipo de mentira é o que queremos em filme como esse, não é mesmo?

E "The Rock" está sensacional no papel de Hobbs. Para começar, ele parece um gigante quando vai encher Dom de bordoada. A briga é muito bem feita mas, se eu fosse o Dom, teria fugido do cara só de ver o tamanho do braço dele... Depois, ele está muito divertido e canastrão como um policial daqueles linha dura mais unidimensional impossível. A bela Elsa Pataky (quase esqueci de falar dela) também está muito bem no papel da forte e "sofrida" policial brasileira Elena que se mostra muito mais esperta que "The Rock".

Para ficar no linguajar do filme, ele dá umas derrapadas aqui e ali, como no desenvolvimento do planejamento do roubo. É muito longo e demorado e, no final, acaba não fazendo sentido. O mesmo se dá com a duração excessiva do filme, que ainda tenta, de todo jeito, arrumar finais "bonitinhos" para o monte de personagens que vemos. Mas, tudo bem, Velozes e Furiosos cumpre com louvor sua função de divertir.

Como assisti na prémière mundial, a versão em inglês ainda continha diálogos constrangedores em portunhol já que o filme foi quase que integralmente rodado em Porto Rico, com apenas as tomadas mais abertas e gerais no Rio de Janeiro. No entanto, pelo que me disseram, até as cópias legendadas terão todo o portunhol vertido para o português antes da estréia efetiva. Sobre a "imagem" da cidade, preocupação constantes para os ufanistas de plantão, posso dizer de cadeira pois sou carioca e moro no Rio: apesar de alguns exageros, a idéia que esse filme passa a cidade é muito mais honesta que a versão de conto-de-fadas do desenho animado Rio.

Ah, não se esqueçam de ficar sentados durante os créditos pois, além de aparecer um outro personagem do segundo filme que não revelarei, eles ainda mostram uma surpresa interessante (e um tanto forçada, devo admitir), que já estabelece o sexto episódio dessa lucrativa e muito divertida franquia.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 8,5 de 10

4 comentários:

  1. Esse eu posso deixar pro DVD, não tenho nenhuma pressa em assistir.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  2. Parabéns pela crítica, fiz uma semelhante em uma comunidade automotiva que participo, infelizmente o pessoal lá não recebeu tão bem o Fast Five quanto nós..rs

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  3. O que a policial do 2°segundo filme conversa com hobbs sobre a letty ????

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  4. Essa não foi exatamente a cráitica do filme, realmente vc não sabe nada do filme !

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."