terça-feira, 22 de julho de 2008

Crítica de filme: Be Kind Rewind (Rebobine, Por Favor - Uma Locadora Muito Louca)

Esse Michel Gondry é completamente aloprado.

Adorei Eternal Sunshine of the Spotless Mind (sou, talvez, o único entre todos os que conheço que efetivamente gostou desse filme) e não consegui não gostar de The Science of Sleep, vamos dizer assim.

Assisti hoje Be Kind Rewind e, novamente, adorei. A premissa é muito original e completamente fantástica: Jack Black, no papel de Jerry, tenta sabotar uma "power plant" e fica magnetizado. Ao entrar na locadora que está momentaneamente aos cuidados de seu amigo Mike (Mos Def), ele desmagnetiza todo o acervo de fitas VHS. Trata-se de uma pequena locadora de bairro, em prédio condenado, de propriedade de um senhor (Elroy Fletcher, vivido por Danny Glover) que não consegue se adaptar aos novos tempos (nem sabe o que é um DVD...).

Sem saída, Mike e Jerry partem para "suecar" os filmes. Suecar significa refilmar um filme da forma mais crua e amadora possível. Começam com Ghostbusters, passam para Rush Hour 2 e, quase que instantaneamente, encantam a cidade com seus curtas de 20 minutos totalmente suecados.

A originalidade do diretor é inacreditável. Seus personagens suecam Robocop, King Kong, 2001, Men in Black e uma variedade de outros filmes. O pessoal da cidade começa a participar - como atores - e o negócio prospera.

É um daqueles filmes que só a premissa já vale o preço do ingresso ou, no caso, da taxa de locação já que as chances dele passar no cinema no Brasil são, digamos, inexistentes, para usar um "eufemismo"...

A execução é brilhante e a estória vai bem ao ponto até de perdoarmos o final meio "sentimentalóide". Prestem atenção nos detalhes das filmagens suecadas de 2001, em que o Pod da nave é uma geladeira; de King Kong em que a frente de um caminhão de brinquedo serve de máscara de gorila; de Carrie em que um balde de geleca é o sangue que cai em "Sissy Spacek" e muitos outros. Outro detalhe que vale atenção é a descrição de um loja "moderna" de locação, segundo a visão do velho Elroy ao "espionar" o concorrente: funcionários que não sabem nada, quantidade no lugar de variedade, nada de filmes antigos e cults etc.

Enfim, é uma boa crítica sobre velhos valores versus novos valores, especialmente dedicada aos amantes do cinema.

Bem que a produtora - New Line - poderia lançar em DVD todos os filmes suecados da dupla e mais alguns outros que são apenas indicados no filme mas que não aparecem de verdade (até Lord of the Rings!). É verdade que tudo está no site do filme (www.bekindmovie.com) e no Youtube mas tenho preguiça de ver na telinha do computador...

Nota: 8 de 10

3 comentários:

  1. Já tinha visto esse filme e esqueci de te falar. É realmente bem original e a tomada quando a "suecagem" vira linha de produção é fantástica. Apesar do final sentimental, a premissa é realmente original e, diga-se de passagem, muito doida.

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  2. Achei lindo esse filme e quando fui procurar saber mais sobre ele, só vi muitas críticas... Assisti na TV mesmo, nunca tinha ouvido falar antes... E a sua crítica, estava procurando algo pra ler num momento de ócio e resolvi ler posts antigos dos meus blogs relacionados... rsrsrsrs
    Interessante pensar na história desse filme agora, que até as locadoras de DVD estão ameaçadas... Como você disse: "Ganha-se em quantidade, perde-se em qualidade".

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  3. Gostei de Eternal Sunshine of the Spotless Mind (como é possivel não se indentificar com o filme), não vi The Science of Sleep e uma vez no autocaurro passaram Be Kind Rewind.

    O filme para mim não tem uma execução nem interpretações brilhantes (Joe Black para mim é uma nulidade) mas vale pela mensagem.

    Realmente a pouca profundidade dos enredos em prol dos efeitos especiais, leva-me a ver quase só cinema com mais de 10 anos para não dizer 20. Mas lá de vez em quanto sai um bom filme para acalmar o vicio de material novo.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."