terça-feira, 15 de julho de 2008

Crítica de filme: Dark Knight (Batman - O Cavaleiro das Trevas)

Tive a oportunidade de assistir The Dark Knight. A Warner fechou o Cinemark Downtown e projetou o filme nas 12 salas nessa segunda-feira. Foi uma grande festa, com direito até a alguns palhaços vestidos de... bem, palhaços...

Mas vamos ao que interessa.

Esse é o melhor filme de super-herói já feito. Não, apaga isso. Esse é o melhor filme de ação noir já feito. Não, apaga isso também. Vou imitar aqui alguns críticos que já viram o filme: esse filme é The Untouchables, trocando Eliott Ness por Batman/Bruce Wayne e Al Capone pelo Coringa. É um clássico instantâneo, muito superior a Batman Begins e milhares de anos luz à frente das versões de Tim Burton (considero as versões de Joel Schumacher inexistentes para todos os efeitos). É disparado o melhor filme de super-herói já feito mas também é disparado o melhor filme de ação/crime dos últimos anos.

Assistam e regozijem-se e isso vale para os fãs e para os não fãs de filmes de filmes de super-heróis em geral e de Batman em particular. Há um único porém: talvez seja um pouco longo demais mas a qualidade é tão boa que eu, sinceramente, ficaria mais uma hora e meia assistindo. Com poucos efeitos digitais e muitos efeitos no estilo antigo, Nolan trouxe um novo ar aos filmes do gênero. Trouxe também uma estória "pé no chão", sem bandidos que dependem de gases alucinógenos ou que são super-ninjas como em Batman Begins (não que esse filme também não tenha sido excelente mas é que ele empalidece diante de The Dark Knight).

Parece que Nolan se desprendeu de eventuais amarras impostas pelo estúdio em sua primeira criação do homem morcego e partiu para um filme "dark", pessimista, nihilista e, por isso mesmo, tão verdadeiro e atual.

Batman é um homem apenas que faz o bem de sua forma. Harvey Dent é o promotor idealista. Essa bondade toda, e todos os personagens que ajudam nesse time - Rachel e Jim Gordon - não são nada comparados à maldade pura representada pelo Coringa.

Lembram-se do Coringa de Jack Nicholson? Lembram de como todos acharam que ele roubou o filme do próprio Batman (e com razão, aliás)? Pois bem, Heath Ledger é a versão putrefata, mortal, verdadeiramente maligna do mesmo personagem. Nicholson foi muito bom mas Heath Ledger É o Coringa. Ledger conseguiu realmente uma façanha impressionante: criou um personagem asqueroso que simplesmente não pode ser derrotado por Batman nem por ninguém. Fico realmente com medo de imaginar o que Heath Ledger criaria se não tivesse falecido tão jovem (um Oscar póstumo é algo realmente a se pensar). Para fins de comparação, esse Coringa está no nível de crueldade do Coringa da HQ seminal The Dark Knight Returns.

Todos os momentos com o Coringa de Ledger são um prazer para os sentidos. A maquiagem borrada e realista, a horrenda cicatriz no rosto, os trejeitos corporais, a voz com altos e baixos falando frases sensacionais, a língua inquieta em sua boca como que toda hora passando saliva na cicatriz. Um ser realmente horripilante, muito mais horripilante que um homem fantasiado de morcego, posso garantir. O Coringa é a antítese de Batman e esse talvez seja o ponto do filme: todo o herói precisa de um vilão para se justificar. Sem o mal não há o bem (algo que não é tratado dessa maneira assim tão óbvia, claro). Nolan trata dessa questão de diversas formas, inclusive com o vilão Duas Caras cuja maquiagem é impressionante.

Vai ser difícil Nolan - ou qualquer outro diretor - fazer Batman 3 (ou qualquer outro filme do gênero melhor que esse mas eu pago um bom dinheiro para ver ele tentar.

Um detalhe final para quem tem filhos: apesar do filme não ter sangue, a temática é muito adulta e as discussões muito profundas para os pequenos apreciarem o filme. Na verdade, o Coringa os fará ter pesadelos por muitas noites. Realmente não é recomendado para eles.

Nota: 10 de 10

Um comentário:

  1. Concordo com tudo excepto a afirmação de ser o melhor filme de super heróis... acho que Batman Dark Knight divide o trono com Watchmen.

    Nolan e a equipa, para além de terem criado um universo fantástico e uma boa historia, lembraram-se de algo que faz falta a muitos filmes de super herois: Os vilões. Sem eles os super herois tornam-se ridiculos e sem razão de existir!

    FROZA Ritter

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."