segunda-feira, 26 de março de 2012

Crítica de filme: Spy Kids: All the Time in the World (Pequenos Espiões 4)

Hollywood e suas franquias... Eles realmente não sabem quando parar. Mas eu entendo. Afinal, o primeiro Pequenos Espiões custou 35 milhões e fez 147, o segundo custou 38 e fez 119 e o terceiro custou também 38 mas fez 197 milhões. Assim, era óbvio que a parte 4 era só uma questão de tempo. Entre isso e criar uma franquia nova, Hollywood sempre optará por tirar o máximo de algo que já existe.

Mas vamos logo ao filme. Assim como os demais, Pequenos Espiões 4 é voltado para o público mirim, bem mirim mesmo, não mais do que 6 anos de idade. A premissa da franquia é simples mas bacana: crianças criadas por pais espiões se vêem metidos inadvertidamente nesse mundo cheio de intrigas e têm que se transformar em, vocês adivinharam, pequenos espiões. A diferença da parte 4 é literalmente apenas o elenco: saem as crianças originais (Juni e Carmen Cortez, vividos por Daryl Sabara e Alexa Vega) e entram novas (Cecil e Rebecca Wilson, vividos por Mason Cook e Rowan Blanchard). Também saem os pais originais, Gregorio e Ingrid Cortez (Antonio Banderas e Carla Gugino) e entram Marissa e Wilbur Wilson (Jessica Alba e Joel McHale). O resto é quase igual aos outros filmes: Cecil e Rebecca não sabem que sua madrasta, Marissa, é uma espiã mas um ataque inesperado de dois vilões, Tick Tock e Senhor do Tempo, fazem com que o segredo seja revelado e as crianças entrem em ação para salvar o mundo, que está ficando sem tempo. Há também um cachorro robótico falante que ajuda na missão.

No final das contas, Pequenos Espiões 4 é a versão muito piorada do primeiro filme. São as mesmas ideias repaginadas de maneira cansativa e sem um pingo de imaginação. Os efeitos especiais - ou seriam "defeitos especiais" - são dolorosos de tão ruins. Em pleno 2011, quando o filme foi feito, não dá mais para aceitar aquelas máscaras de plástico em formato de relógio sob o rosto do vilão. Já se fazia coisa muito melhor com baixo orçamento na década de 60 (vide O Planeta dos Macacos), pelo que não tem desculpa para algo tão tosco hoje em dia.

Sobre o roteiro, a trama não é só infantil como é até mesmo idiota (e criar uma trama infantil sem ser idiota não é tão difícil assim) e que, inexplicavelmente, tem um final envolvendo conceitos de viagem no tempo que vai deixar muita gente com uma interrogação pairando sobre a cabeça. Robert Rodriguez , o diretor e roteirista, deve ter pensado: "Ah, vou dar algo para essas crianças e seus pais pensarem!". Mas a "esperteza" do diretor cai por terra completamente quando tudo que ele mostrou nos 80 minutos anteriores foi escatologia, piadas sem graça e mais escatologia. Apesar de eu gostar de vários filmes do diretor, em Pequenos Espiões 4 ele mostra o quanto ele é inconstante em seus filmes e o quanto é limitado no quesito "contar estória".

E a cereja no bolo é o elenco. Ainda que Daryl Sabara e Alexa Vega tenham uma participação especial (os pequenos espiões dos primeiros três filmes, já adultos), o fato é que Jessica Alba e Joel McHale (do seriado Community) não seguram o filme no lado adulto e Mason Cook e Rowan Blanchard são completamente esquecíveis no lado infantil. Não há nada ali para ser lembrado em termos de atuação, a não ser o sempre simpático Jeremy Piven (da série Entourage) como Danger D'Amo, diretor da OSS. Mas, como o filme não ajuda, mesmo Piven tem uma atuação para lá de caricata e pouquíssimo inspirada.

Para um filme que tem como subtítulo em inglês "todo o tempo do mundo", ele é uma total perda de tempo. Já passou e muito da hora dos pequenos espiões se aposentarem.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 1 de 10

Um comentário:

  1. Olá Ritter Fan,

    Sou leitor do Metido a Crítico e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o Metido a Crítico.

    Se você gostar do site, também peço que coloque um link para ele no Metido a Crítico, na seção "Sites interessantes".

    Se você quiser, me mande um email quando criar sua conta que eu verifico se está tudo ok.

    Um abraço,

    Marcos
    www.cinematotal.com
    marcos@cinematotal.com

    ResponderExcluir

Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."