quarta-feira, 28 de março de 2012

Crítica de filme: Dr. Seuss' The Lorax (O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida)

Theodore Seuss Geisel, mais conhecido como Dr. Seuss, foi um dos mais famosos escritores de literatura infantil dos Estados Unidos. Falecido em 1991, deixou um legado de 46 livros cheios de personagens extremamente originais, temas muito bacanas, rimas de difícil tradução e vários nomes e palavras inventadas. De um tempo para cá, apesar das obras de Dr. Seuss sempre terem encontrado recepção na televisão americana, elas passaram a ser adaptadas ao cinema, como foi o caso de O Grinch, O Gato e Horton e o Mundo dos Quem. O Lorax é a mais nova adaptação cinematográfica de obra desse grande autor, a segunda em computação gráfica.


A estória do filme é muito simples e objetiva: Ted (Zac Efron, no original) é um jovem apaixonado por Audrey (Taylor Swift). Ambos vivem em Theedville, uma cidade 100% artificial, onde até as árvores são de plástico. Audrey deseja mais do que tudo ver uma árvore de verdade e Ted, então, sai em uma caçada que começa por razões egoístas mas, com o desenrolar do filme, vira uma missão pessoal. A avó de Ted (Betty White) conta que apenas o Umavezildo (Once-Ler, no original, dublado por Ed Helms) sabe o que aconteceu com as árvores e Ted tem que sair da cidade fortificada para descobrir o mistério. É claro que o "dono" da cidade, o maligno Sr. O'Hare (Rob Riggle), tenta acabar com a missão do teimoso Ted, já que O'Hare enriqueceu vendendo "ar puro" engarrafado para os habitantes da cidade.

A mensagem ecológica é uma constante desde os primeiros segundos de filme e ela continua firme e forte até o finalzinho. Todo o material do breve livro do Dr. Seuss foi aproveitado aqui mas os produtores expandiram em muito a estória, dando grande ênfase à cidade e às peripécias de Ted em sua motoneta de uma roda. Além disso, o filme vai além do final do livro, retirando a ambiguidade da estória e tornando o final evidentemente feliz, como, aliás, já era de se esperar (espero que ninguém considere isso um spoiler pois, convenhamos, esperar um final diferente em um desenho animado de Hollywood chega a ser ridículo).

Como há muita coisa retirada diretamente das ilustrações do autor, refinadas pela computação gráfica que respeita muito a fonte, o visual é amalucado e deslumbrante. As árvores (as tais "trúfulas") são multi-coloridas, parecendo algodão doce. A casa de Umavezildo é uma obra de arte em si mesma. O bigodudo Lorax (Danny DeVito) - um bichino mágico - é muito original e todo o design da cidade de Theedville é também livremente inspirado pela arte de Dr. Seuss e combina muito bem com aquilo que ele efetivamente desenhou em seu livro.

Mas a estória sofre um pouco com a elasticidade que os roteiristas tentaram dar ao material fonte e o tema ecológico acaba se repetindo demais, tornando a obra um filme de uma nota só. No entanto, isso não chega a ser um grande problema pois a duração de 86 minutos imprime um passo rápido à trama e o visual, já mencionado acima, deslumbra a cada minuto.

E a cereja no bolo é que O Lorax foi filmado em formato IMAX 3D. Apesar de eu achar que o 3D não acrescentou muito ao filme, o fato de ele ser no formatão IMAX (não obstante as telas IMAX, no Brasil, serem ridiculamente pequenas) e eu ter visto assim, ajudou bastante no fator "queda de queixo". As imagens são lindas, ocupam a telona inteira e o som é fantástico. Isso - e um pouco o 3D, devo confessar - ajudaram na imersão total em O Lorax e supriu a falha do roteiro.

Em suma, O Lorax é um grande divertimento que os pequenos adorarão e os grandes não sairão desapontados. Se for possível ver em IMAX, tanto melhor. Caso não seja, sugiro a versão em 2D para que as cores vivas do filme se sobressaiam (o 3D sempre escurece o filme). Ah, já ia me esquecendo: a dublagem em português está muito boa e olha que eu abomino filmes dublados.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 8 de 10

Um comentário:

  1. Exatamente! Tenho gostado das adaptações, nenhuma delas me decepcionou como fã do Seuss.

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."