quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Crítica de filme: Mission: Impossible - Ghost Protocol (Missão: Impossível 4 - Protocolo Fantasma)

Tom Cruise está de volta na pele de um de seu personagens mais marcantes: Ethan Hunt, o mais destemido - e louco - agente da IMF, sigla para Impossíble Missions Force. Será que Ethan Hunt fez falta desde que o último filme da série foi lançado em 2006? Bom, pelo menos para mim, a resposta é um sonoro sim (e olha que, em geral, eu não faço questão de continuações).

A série cinematográfica - por sua vez baseada no famoso seriado de TV homônimo da década de 60 - é uma das mais espetaculares do cinema. E por espetaculares eu quero dizer no sentido básico da palavra: "criador de espetáculo". Todos os filmes, até aqui, conseguiram reunir uma estória minimamente razoável mas com um número magnífico de pirotecnias e, ahem, feitos impossíveis. Não dá para querer muito mais do que isso na categoria "deixe seu cérebro na porta do cinema".

Em Protocolo Fantasma, os produtores (aí incluído o próprio Tom Cruise) voltaram ao básico e simplesmente repetiram, mas em uma uma escala bem maior, a trama do primeiro Missão: Impossível. Ethan Hunt e seu grupo são considerados culpados por um evento semi-cataclísmico que reinicia a Guerra Fria e, com isso, o tal "protocolo fantasma" é ativado, pelo qual o IMF é desautorizado e desmantelado. Obviamente, porém, o protocolo nada mais é do que uma autorização velada para Hunt e seu grupo fazerem absolutamente o que bem entenderem para resolver a situação. Junto de Hunt temos Benji Dunn (Simon Pegg reprisando o papel do último filme), Jane (a bela Paula Patton) e um analista que entra meio que forçado no grupo chamado Brandt (o sisudo e "na moda" Jeremy Renner).

A repetição da trama básica não é algo ruim, ao contrário. Nesse tipo de filme, requentar estórias de sucesso é algo que eu até aplaudo. Se é inevitável fazer uma continuação, porque não copiar uma fórmula que já deu muito certo e acrescentar elementos ainda mais fantásticos e de tirar o fôlego? Se, no primeiro filme, Brian de Palma conseguiu imprimir um tom mais de espionagem, com a milhares de vezes repetida cena em que Hunt entra no cofre da CIA pendurado em cabos, aqui Brad Bird (egresso da animação, com os excelentes Gigante de Ferro, Os Incríveis e Ratatouille em seu currículo) empresta um tom muito mais teatral e auto-crítico ao filme. Por exemplo, a introdução de Brandt na trama não tem o objetivo de criar um novo Ethan Hunt. Brandt, na verdade, serve como um instrumento para Bird zombar das impossibilidades da série. Reparem como Brandt fica duvidando dos planos mirabolantes de Hunt. Há cenas muito inteligentes e  impagáveis nessa interação. Outra característica do diretor, também muito presente em Os Incríveis, é a dinâmica de grupo. Apesar de Ethan Hunt ser a inegável estrela, Bird consegue com que sua câmera dê um bom grau de atenção aos demais da equipe, e sempre de maneira efetiva para o desenrolar da trama. Basta ver, por exemplo, o próprio Brandt ou a cena da briga de Jane com uma assassina.

Mas o que realmente fica na mente são as quatro grandes cenas que compõem o filme. A primeira delas se passa em um prisão russa e serve para estabelecer os personagens. A segunda é espetacular e se passa dentro do Kremlin, com gadgets que fariam James Bond ter um ataque de inveja. A terceira é a já muito falada cena externa no Burj Al Khalifa, o prédio mais alto do mundo. Nessa cena, feita por Tom Cruise pessoalmente sem dublês (você tem que respeitar um cara que faz esse tipo de coisa, por mais que ele tenha se cercado de toda a segurança possível), Hunt tem que escalar alguns andares do hotel sem a ajuda de cordas. É desesperante. Por último, há a cena final em um daqueles estacionamentos automáticos de automóveis, com o uso de elevadores. Se Hunt usasse um chapéu vermelho, seria idêntica a uma fase de Super Mario Bros. Brilhante!

Em suma, Protocolo Fantasma é o perfeito exemplo de filme pipoca e uma excelente estréia de Brad Bird na direção de atores reais. Quem puder, recomendo que o filme seja visto em IMAX, mesmo que seja nas telas nanicas de IMAX que temos no Brasil.

Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes, Box Office Mojo e Filmow.

Nota: 9 de 10

Um comentário:

  1. Seria interessante construir críticas dos outros filmes da série.
    Se já foram feitas, recomendo colocar os links nesse post


    Felipe

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Pensem antes de escrever para escreverem algo com um mínimo de inteligência. Quando vocês escrevem idiotices, eu apenas me divirto e lembro de Mark Twain, que sabiamente disse "Devemos ser gratos aos idiotas. Sem eles, o resto de nós não seria bem sucedido."