Mel Gibson está tentando voltar ao seu status de herói de filme de ação, depois de quase obliterar sua carreira com bebida e afirmações preconceituosas que feriram Hollywood de morte e o transformaram em persona no grata. Gibson já havia tentado essa volta em O Fim da Escuridão, de 2010 e, assim como lá, consegue um resultado satisfatório em Plano de Fuga. O filme não é nada sensacional mas diverte e, se uma expressão pode defini-lo, diria que é "ação descompromissada".
No filme, dirigido pelo estreante Adrian Grunberg (antes disso, ele só havia dirigido segundas unidades em diversos filmes) Gibson faz o papel de um criminoso sem nome que, em fuga pelos Estados Unidos, acaba parando do outro lado da fronteira e encarcerado em El Pueblito, uma prisão terrível no México, que faz com que Sona (a prisão da 3ª Temporada de Prison Break) pareça o paraíso na Terra. Lá, ele faz amizade com um menino de 10 anos (Kevin Hernandez) que sabe de tudo sobre o lugar e o ajuda a rapidamente montar uma estratégia para escapar. Ao mesmo tempo, há uma trama quase que paralela, envolvendo a necessidade do chefão da prisão, Javi (Daniel Jiménez Cacho) em fazer um transplante de fígado e sua procura por um doador.
Mas a trama, como é típico em filmes como esse, não interessa muito. O importante é como ela cria oportunidades para Gibson mostrar o quão durão ele é, naquele estilo a que nos acostumamos: uma cara de bom moço, quase ingênuo, que se transforma facilmente em uma eficiente máquina de planejar, roubar, matar e, também, salvar. A estrutura é básica e o final completamente previsível mas a viagem até lá é muito divertida.
Exemplos de diversão? Bom, em determinado momento, o personagem de Gibson precisa matar Frank (Peter Stormare), um traficante americano de quem ele havia roubado dinheiro. O plano é tão engenhoso quanto absurdo, envolvendo até mesmo uma imitação, por Gibson, do ator e diretor Clint Eastwood. É impossível não rir e fazer a conexão entre o personagem sem nome de Gibson e o clássico man with no name que consagrou Eastwood. O menino também é diversão garantida em todas as cenas em que participa.
Mas, claro, esperem muito sangue e muita violência, além de situações muito politicamente incorretas, como ver o menino fumando. Há também muitos estereótipos no filme, a começar pelo próprio personagem de Gibson mas, claro, passando por todos os mexicanos lá retratados, incluindo sua música, comida e hábitos.
O diretor, apesar de estreante, consegue nos brindar com cortes rápidos mas compreensíveis, além de usar muito bem as cores, ora mudas, ora absurdamente estouradas, quase como em um videoclipe. Não é nada fora desse mundo mas funciona muito bem em Plano de Fuga.
O filme certamente não se compara aos grandes filmes de ação com Mel Gibson (Mad Max, Máquina Mortífera e Coração Valente, para citar alguns) mas ele também não desaponta se esperarmos o que eu disse logo no começo: diversão descompromissada. Definitivamene não é a volta do ator ao estrelato mas ao menos mostra que ele não perdeu a capacidade de agradar sua plateia.
Mais sobre o filme: IMDB, Rotten Tomatoes e Filmow.
Nota: 7 de 10
Pretendo assistir nesse final de semana, e estou com boas expctativas.
ResponderExcluirhttp://eaicinefilocadevoce.blogspot.com.br/
É, gosto é gosto, não se dicute, só se lamenta! Filme fraco, só para quem gosta de ação e violência injustificada. Concordo com o que foi dito acima: muitos clichês (coitados dos mexicanos), muita cena politicamente incorreta, incluindo até pancadaria de marmanjo em criancinha. A filmagem lembra muito cinema alternativo, mas o roteiro é muito americanizado.
ResponderExcluirengraçado como o sr Ritter Fan , deixa os comentários que o satisfazem e deleta os que é conveniente , hiprocrita nordestino !
ResponderExcluirEu só deleto comentários com palavrões ou com xingamentos de natureza pessoal. O que foi que eu deletei seu que te deixou tão melindrado?
ResponderExcluirAlém disso, não entendi de onde você tirou que sou nordestino. E, mesmo que fosse, gostaria de saber se você acha que isso é um xingamento, pois, se achar, saiba que isso é racismo, ok?