A primeira pergunta que fica, depois de ler essa quantidade de atores conhecidos é como Soderbergh conseguiu equalizar a presença de todos na tela, em um filme não muito longo (tem apenas 106 minutos)? A resposta é muito simples e poderia ser dividida em duas. Primeiro, apesar de ser um filme de ficção, Contágio parece um documentário e, como tal, dá atenção idêntica à maioria de seus personagens. Em segundo e aí vem uma habilidade que é muito característica de Soderbergh (vide a trilogia iniciada com Onze Homens e Um Segredo) ele sabe usar grandes atores sem que seus respectivos egos atrapalhem a visão artística. Assim, ainda que se possa dizer que os atores principais de Contágio são Matt Damon e Gwyneth Paltrow (por questões de estrutura), a segunda tem pouca presença na tela, certamente não mais que Laurence Fishburne e por aí vai.
No final das contas, Soderbergh criou uma espécie de documentário falso que magistralmente simula a disseminação de um rápido e letal vírus por todo o mundo e as medidas para contê-lo. Pensem em "Epidemia encontra o Discovery Channel".
De maneira muito equilibrada e quase didática, vemos a atuação de abrangência nacional de agentes do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos (Fishburne e Winslet, vivendo o Dr. Ellis Cheever e a Dra. Erin Mears), a atuação de abrangência mundial de uma agente da Organização Mundial de Saúde (Cottilard no papel da Dra. Leonora Orantes), a vida de seres humanos "normais" como o casal formado por Matt Damon (Mitch Emhoff) e Gwyneth Paltrow (Beth Emhoff) e do faxineiro do CDC (Hawkes, no papel de Roger), de cientistas como o Dr. Ian Sussman (Gould) e de um blogueiro sensacionalista (Jude Law no papel de Alan Krumwiede).
A reação de cada grupo de pessoas é legítima e crível e Soderbergh, em cima disso tudo, ainda cria uma atmosfera de medo, de horror, que inevitavelmente contamina a platéia. É difícil sair de uma sessão desse filme absolutamente incólume, sem ao menos tentar restringir a quantidade de vezes que colocamos as mãos no rosto (afinal, aprendemos que fazemos isso de 3 a 5 mil vezes por dia!). E quando Sorderbergh mostra as ações do blogueiro vivido por Jude Law, que duvida das atuações do CDC e espalha ainda mais pânico pela população, somos deixados com a pergunta: quem afinal está certo?
No lado pessoal, intimista, temos a reação de Mitch (Matt Damon), que tem sua vida destroçada em questão de dias. Ele é nossa conexão com o mundo real, com as conseqüências que uma hecatombe como essa pode gerar. Nesse momento, Soderbergh sai um pouco do tom de documentário e aborda a vida de Mitch mais do lado da ficção, meio que para criar uma espécie de alívio (mas certamente não cômico) diante da desgraça toda ao redor.
Mas a mensagem que o diretor passa não é propriamente apocalíptica. Ao contrário, ele tenta justificar e racionalizar as reações das pessoas, por mais absurdas que elas possam parecer (a sequência com Marion Cotillard é emblemática nesse sentido). E, ao final (mas sem estragá-lo para quem não viu), ele nos apresenta um cenário devastador mas não necessariamente incurável.
Nota: 9 de 10
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