sábado, 14 de fevereiro de 2009

Crítica de filme: Zack and Miri Make a Porno (Pagando Bem Que Mal Tem?)


Sou parcial: adoro os filmes do Kevin Smith. Acho o cara o máximo. Talvez com exceção de Jersey Girl, todos os demais filmes dele (Clearks, Chasing Amy, Mallrats, Dogma, Jay and Silent Bob etc.) são muito divertidos. E olha que Jersey Girl não é nem tão ruim como dizem. Basta um pouquinho de boa vontade.

Bom, considerando esse gosto todo por Smith, cansei de esperar a estréia nos cinemas brasileiros de seu filme mais recente: Zack and Miri make a Porno (no Brasil, com o hilário título "Pagando Bem Que Mal Tem?"). Acabei, durante viagem, comprando o filme em Blu-Ray.

Antes que me perguntem, vou logo dizendo: o filme não tem os personagens clássicos de Kevin Smith, Jay e Silent Bob. Na verdade, o ator Jason Mewes está no filme mas ele não é Jay mas sim um "genérico" do Jay pois, na verdade, a única diferença entre os personagens é o tamanho do cabelo...

Para os fãs de Smith, ainda há outros detalhes que não negam completamente a existência do Askewniverse que ele criou mas o filme tenta ser outra coisa, separada daquele outro grupo de comédias.

Para começar, o ator principal é Seth Rogen, ótimo comediante da nova geração, protagonista de bons filmes, tais como Knocked Up e Superbad. A atriz é Elizabeth Banks. Os dois fazem o casal título, Zack e Miri. Em segundo lugar, Smith contratou a ex-superstar de filmes pornô Traci Lords (já uma senhora) para participar, junto com outra atriz mais recente do mesmo metiê. E, como se isso, não bastasse, contratou Brandon "Superman" Routh e Justin Long para ótimas pontas estendidas.

Zack e Miri são dois amigos de escola que vivem sob o mesmo teto sem ser namorados ou casados. Estão lá apenas por conveniência. Eles nunca conseguiram qualquer sucesso na vida e, quando ficam sem dinheiro para pagar o fornecimento de luz e água de sua casa, decidem (como se fosse a coisa mais natural do mundo) ganhar dinheiro fazendo filmes pornôs. Para isso, arrumam investimento com um amigo igualmente duro, convocam alguns "atores" com "qualidades especiais" e partem para escolher o nome da obra. A sequência de Zack e Miri tentando criar títulos "levemente sugestivos que parodiam filmes famosos" é sensacional, e mostra a criatividade de Kevin Smith. Outro ponto alto é o impagável diálogo entre Zack e Brandon St. Randy (Justin Long), esse último fazendo uma voz de barítono engraçadíssima.

Obviamente, as coisas vão se desenrolando e, depois de uma hora de filme, Smith resolve falar de "amor e beijos" e isso torna o filme um pouco lento no final, mas nada que o prejudique seriamente. É apenas algo que Smith poderia ter evitado mas, se tivesse feito isso, seu novo filme seria apenas mais um para acompanhar Clerks. 

Está claro que Smith quer abocanhar um novo eleitorado para suas obras mas esse filme ainda é próximo demais de suas outras obras famosas como Clekrs e Mallrats para ele ter quebrado o paradigma. Há piadas excelentes, inclusive a melhor piada escatológica que já vi (se é que isso existe) mas isso não basta. Parece que Smith não consegue desobedecer as próprias regras cinematográficas que ele criou para si.

Diverte muito, especialmente na primeira hora mas o filme é mais recomendado para quem já está predisposto a gostar de filmes Smith.

Nota: 6,5 de 10

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